
Aracati. Tem muito mais coisa entre as falésias e o mar do que turismo na Praia de Canoa Quebrada. Tem gente. Famílias inteiras vivem do turismo, mas principalmente da pesca e da criatividade. Um dos maiores destinos litorâneos do País, Canoa Quebrada, em Aracati, é atrativo do lazer, da alegria, do descanso, mas também da prostituição, das drogas, da violência. No meio de tudo isso, associações criadas na comunidade resistem em não perder seus filhos para a marginalidade também trazida pelo turismo. Com medo de ter filhos viciados em drogas ou prostituindo-se (resultado da velha ilusão do “gringo-encantado”), mães de famílias em situação de risco recorrem aos projetos sócio-culturais. Levam os filhos e vão junto. E dão uma nova cara a Canoa Quebrada, que pode ser vista muito além da beleza de sua praia dourada.Se o leitor lê esta matéria na manhã de hoje, o faz no mesmo momento em que pescadores, mulheres e crianças dos Estevão, um pedaço de comunidade com 80 famílias — das quase mil — de Canoa Quebrada, realizam a XI Regata de Jangada dos Estevão, com 40 pescadores em suas jangadas e outro grupo de seus filhos com jangadas em miniaturas, feitas artesanalmente por eles próprios numa competição realizada pelo mesmo esforço. Mas se lê à tarde, o faz durante os desfiles de moda com roupas de retalhos, bolsas de material reciclado ou a mostra de capoeira e maculelê. A regata é um dos eventos mobilizadores da comunidade local.
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