domingo, 28 de setembro de 2008

A praga da compra de votos


Entra eleição, sai eleição, a praga da compra de votos continua a ganhar espaços na imprensa./ A Justiça Eleitoral procura combater essa prática antiga, que de tão repetida, é vista por muitos como algo comum./ Mas é difícil acabar com essas transações criminosas enquanto existirem pessoas dispostas a aceitar trocar seu voto por um favor ou algum produto./ Esse é o ponto./ Queremos a prisão exemplar do corruptor, mas para ele existir é necessário que o corrompido concorde com o negócio./

É claro que as coisas não são simples./ Muita gente boa, mas desiludida, acredita que vender um voto é a única forma de obter algum retorno de políticos./ Para essas pessoas, candidatos estão ali para enganá-los./ Não irão fazer nada nos quatro anos seguintes, e por isso preferem garantir alguma vantagem naquele instante./ Esses eleitores são vítimas que alimentam o sistema que eles mesmos desaprovam./

Existem outros que não compreendem como funciona o sistema eleitoral./ Na verdade, no Brasil, quase ninguém entende./ A lei é complicada./ Você pode votar em um candidato e acabar elegendo outro, por causa de um negócio chamado coeficiente eleitoral./ Sem contar com o fato de que os partidos políticos não possuem identidade própria, são meras siglas que só atuam durante as eleições./

Além do mais, com o passar do tempo, a compra de votos foi se sofisticando./ Além das tradicionais dentaduras e pares de óculos, temos agora os programas sociais, as bolsas de complementação de renda./ Cabos eleitorais contratados não cansam de espalhar por aí que se o cidadão não votar no candidato do seu partido, perderá o benefício./ Aliás, é bom ter cuidado com esses profissionais – os cabos eleitorais. Eles recebem dinheiro dos candidatos mediante a promessa de entregar votos./ Ele vende o seu voto./ Existem as exceções, é claro, mas são raras./ O verdadeiro cabo eleitoral não cobra salário, não aparece somente no período eleitoral, e tenta convencer as pessoas por meio de idéias./ No entanto, a maioria promete intermediar vantagens, promete obras e serviços, e também pode ameaçar, como já dissemos./

Só tem um jeito de acabar com a corrupção eleitoral./ É conscientizar o eleitor de que político não faz favores, ele cumpre obrigações./ E se não fizer direito, pode ser dispensado por quem o levou ao poder: a população./ Por isso, na hora de votar, não pense nas promessas sedutoras ou nas ameaças veladas./ Esse momento é único e é secreto./ Você não deve nada a ninguém.//

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