quarta-feira, 27 de maio de 2009

Buracos dificultam acesso ao Litoral Leste


Conhecer praias de Aracati não está nada fácil. A atenção tem que ser redobrada devido aos buracos nas pistas

Aracati. Muita lama e buracos estão dificultando o acesso para o Litoral Leste do Estado. Quem vai para os principais destinos turísticos da região, entre os mais procurados do Brasil, encontrará belas praias mas, antes, sentirá a buraqueira sem limites. São crateras de diferentes tamanhos que quebram carros de variados tipos, até mesmo os veículos com tração nas quatro rodas. Turistas de todo o País e estrangeiros, empreendedores e moradores de Aracati reclamam do acesso às praias de Canoa Quebrada, Majorlândia e Quixaba. O Departamento de Edificações e Rodovias (DER) promete ordem de serviço na semana que vem. O Departamento Nacional de Infra-Estrutura e Transporte (Dnit) diz que a BR-304 até Aracati será recuperada. Porém, todos esperam a chuva passar.

Quem passa todo dia, chova ou faça sol, sente na pele, no pneu, no aro e na suspensão do veículo o que é chegar nas praias mais badaladas do Ceará. Com o período chuvoso, a situação fica pior, pois esconde a “grandeza” dos buracos e deixa a estrada escorregadia pela lama. Todo dia tem acidente. Os carros passam lentos, mais parecendo uma procissão. Na prática, não existe mão dupla, o que tem é espaço com ou sem pedaço de asfalto. Impossível chegar à Canoa Quebrada, por exemplo, sem entrar em pelo menos uma dezena de buracos. “A gente reza pra não dar problema no carro, e quem trafega todo dia é que mais sofre”, afirma o motorista Orlando Ferreira, que nem rezando conseguiu escapar de quebrar — “só” pela segunda vez neste ano — o seu carro. A última foi segunda-feira. E o prejuízo, não menos que R$ 500,00, juntando a nova peça com a soldagem necessária para fazer rodar o seu velho Toyota novamente — ainda que nas mesmas vias esburacadas.

As rodovias que dão acesso às praias medem, cada uma, entre oito e dez quilômetros, e não 100 metros de buraqueira no meio do caminho. Na véspera do carnaval, a maior parte do trecho havia sido tapado com barro e fuligem — porém “destapado” e aumentado com as chuvas desde abril.

Se o problema carece da solução, até a paliativa é complicada: em oito quilômetros de estrada de Aracati até Canoa Quebrada, só um borracheiro tem que atender à demanda, que não é pouca. É principalmente remendando pneu, desamassando aro que o mecânico Josias Martins paga as pensões das duas ex-esposas e todos os seis filhos. Mas para que não se diga que lucra com a desgraça alheia, tem 20 anos que trabalha no mesmo lugar, “e nunca tinha tanto buraco nessas estradas, o povo já chega aqui resmungando”.

A mesma Canoa Quebrada virou recente destaque da TV Globo pela novela Malhação, depois virou ponto de parada do já famoso João Buracão, que “turistou” pelos buracos do acesso Aracati-Canoa, repercutindo no tele-jornalístico “Fantástico”, da mesma emissora. Segundo Luis Nogueira, da Associação dos Empreendedores de Canoa Quebrada (Asdecq), a péssima situação das estradas compromete a imagem do “paraíso” que é Canoa, não só para quem vem em ônibus fretados por agências de viagens, mas os turistas de Fortaleza e Estados vizinhos que, em todo o período do ano, visitam as praias do Litoral Leste.

O engenheiro André Pierre, coordenador de engenharia rodoviária do Departamento de Edificações e Rodovias (DER), disse que na próxima semana será dada a ordem de serviço especificamente para recuperação das estradas do acesso de Aracati a Canoa Quebrada. “Se não chover, tem obra”, diz.

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