terça-feira, 14 de fevereiro de 2017

O Vento no Roseiral



Tony Di Morais e Stélio Torquato Lima


O vento que sopra no roseiral
Traz um cheiro suave de perfume,
Enquanto um singelo vagalume
Me ilumina com sua luz natural.
Sou vaqueiro num aboio matinal,
Uma paisagem do meu interior.
Qual brisa que embala a fina flor,
Cruzo os ares, em um voo mui extático,
À procura de um método socrático
Que desvende o sentido do amor...

Sou chama que inspira um poeta
Dois patinhos nadando na lagoa,
Um urubu, um jumento e uma pavoa,
A saudade que lhe deixa inquieta.
Sou as barbas de molho do profeta,
Sou a luz que guia na escuridão.
Um boêmio tocando violão,
Uma rima sem pé e sem cabeça,
Borboleta colorida e travessa,
Automóvel seguindo em contramão...

Sou Sherlock, investigador bendito
Que ao mistério dá pronta solução.
Sou luta pela emancipação
De um povo explorado e tão aflito.
Sou verso de um poeta esquisito,
De Tróia, sou cavalo de madeira,
Menino em eterna brincadeira,
Sou canção a saudar o sol poente
E o povo cantando em tom plangente
La vem o Brasil descendo a ladeira...

Um comentário:

Erisvaldo M. Cavalcanti disse...

Suas composições estão maravilhosas!
Parabéns, amigo!