quinta-feira, 11 de junho de 2009

Especialistas temem falta de interatividade na TV digital brasileira

Os conversores disponíveis no mercado só prometem alta definição. Software que possibilita interatividade ainda não é comercializado.

Pesquisadores e criadores do Ginga temem a comercialização exagerada de conversores sem este software, que permite a interatividade na TV digital. O Ginga ainda não foi produzido em escala industrial e o conversor que está à venda no mercado hoje só promete alta definição.

O professor Guido Lemos, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), um dos criadores do Ginga, disse que a preocupação quanto a TV digital é fazer com que ela atinja as classes mais baixas da sociedade, D e E. A proposta é promover uma inclusão digital por meio da TV já que somente 25% residências brasileiras possuem computador, de acordo com o Núcleo de Informação e Coordenação do Ponto BR.

Com a comercialização massiva de conversores sem interatividade, a proposta inicial da TV digital brasileira não se concretiza.

O Ginga é fruto do trabalho dos pesquisadores Luís Fernando Soares, da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro, e de Guido Lemos, da UFPB. Outros pesquisadores espalhados pelo país também participaram do processo.

O modelo brasileiro de TV digital, diferentemente dos modelos americano, europeu e japonês, foi pensado para levar em consideração a interatividade. Esse modelo se adequa à realidade socioeconômica brasileira. Segundo Mauro Oliveira, doutor em Tecnologia da Informação (TI) pela Universidade Paris VI, o Ginga foi feito para provocar uma revolução no país.

Como tecnologia genuinamente brasileira, os criadores do Ginga já mantêm diálogo com outros países da América Latina para tentar uma possível negociação. "É interessante para o Brasil ter seu middleware vendido para a América Latina", afirma Mauro Oliveira.

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